O futuro do TikTok nos Estados Unidos será definido ainda esta semana, com o prazo para a venda de sua operação no país se encerrando no próximo sábado, 5 de abril. A informação foi confirmada pelo presidente Donald Trump, que afirmou durante entrevista a jornalistas no domingo, 30 de março, que um acordo deve ser fechado antes do fim da semana. A declaração foi veiculada pela Reuters.
Em janeiro, o presidente dos EUA emitiu uma ordem executiva que estabeleceu um prazo de 75 dias para a venda da operação norte-americana do TikTok, após o aplicativo ter ficado temporariamente fora do ar. Na época, Trump sugeriu que o prazo poderia ser prorrogado, mas com o fim do período se aproximando, a pressão sobre as partes envolvidas aumentou.
A plataforma chinesa, controlada pela ByteDance, conta com mais de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, e seu destino no país tem sido objeto de intensas discussões desde 2024. No ano passado, o presidente Joe Biden sancionou um projeto de lei que determina a proibição do aplicativo caso não haja uma venda para uma empresa de fora da China, a fim de mitigar preocupações com a segurança nacional.
O governo dos EUA teme que a ByteDance, devido a suas ligações com o governo chinês, possa ter acesso a dados sensíveis de usuários norte-americanos e, com isso, influenciar a opinião pública ou até comprometer a segurança do país. Outra preocupação envolve o controle do algoritmo do TikTok, que poderia ser manipulado para objetivos políticos.
A venda da operação norte-americana do TikTok atraiu o interesse de grandes players do mercado. O bilionário Frank McCourt, atual presidente executivo da McCourt Global, formou um consórcio com o objetivo de adquirir o app, recebendo apoio de figuras influentes, como Alexis Ohanian, cofundador do Reddit, e o investidor Kevin O’Leary. Além disso, a gestora de ativos alternativos Blackstone estaria considerando um investimento minoritário nas operações do TikTok nos EUA, em conjunto com outros acionistas não chineses da ByteDance.
Empresas como Microsoft e Oracle são candidatas fortes à aquisição. A Oracle, já parceira do TikTok por meio do “Projeto Texas”, uma iniciativa focada em garantir a segurança dos dados dos usuários americanos, parece ser uma das favoritas para fechar o acordo. A proposta inclui a implementação de uma governança independente, com foco na proteção de dados, controle de acesso e conformidade com regulamentos de segurança.
Outras figuras e empresas estão na disputa, incluindo o youtuber MrBeast, em colaboração com o Roblox e um grupo de investidores que inclui Tinsley, CEO da Employer.com, e Nathan McCauley, cofundador da Anchorage Digital. No entanto, o bilionário Elon Musk, embora tenha sido cogitado como possível comprador devido à sua proximidade com o governo dos EUA, já descartou essa possibilidade em entrevistas recentes.
Apesar do intenso movimento para a venda, ainda há incertezas sobre se o TikTok conseguirá evitar um possível bloqueio nos Estados Unidos, caso o acordo não seja fechado até o fim da semana. A plataforma ainda não se pronunciou oficialmente sobre o andamento da negociação, mas o CEO da empresa, Shou Zi Chew, expressou, anteriormente, agradecimentos públicos ao governo dos EUA por buscar soluções para manter o aplicativo disponível no país.
A decisão que se aproxima representa um ponto de inflexão para o TikTok, que, além dos desafios regulatórios, também enfrenta questões relativas à sua operação global, incluindo a manipulação de dados e a influência de governos estrangeiros sobre plataformas digitais.
À medida que o prazo final se aproxima, o futuro do TikTok nos EUA continua incerto, e as partes envolvidas devem trabalhar para chegar a um acordo que resolva as questões de segurança nacional e mantenha a operação da plataforma no mercado norte-americano.
E aí? Qual sua aposta? O TikTok fica ou sai dos Estados Unidos?